quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Reverendo Lau... MEU ESQUEITE FLASH

           -Meu Filho Lindo, o que você quer de presente?
           -Um Esqueite, Mainha!
          Exatamente assim aconteceu meu primeiro passo para ingressar no mundo do “Carrinho a-Viciante”.
            Minha Mãe cedeu, generosamente, o dinheiro, isso quando eu tinha entre 12 a 13 anos de idade, e bote tempo nisso, fui sozinho (na moral) até o bairro da Encruzilhada-Recife, onde se localizada a antiga e extinta loja ZAMBOO, para comprar o Esqueite. Confesso, Gente, que fiquei receoso por trazer um Esqueite tão bonito, grande e “completo de tudo” da loja até em casa. O momento mais periclitante foi a saída da ZAMBOO até a parada de ônibus. Meninos, quando entrei no coletivo, sem olhar para o cobrador pra não ser barrado, mergulhei por baixo da catraca com Esqueite e tudo, ai sim o alívio e um sentimento de segurança me tomaram conta.
            Meninas, meu “Carrinho” era tão lindo que eu nem queria pôr O “Bicho” no chão para não gastá-lo. FLASH era a marca dele e sua concepção acontecia na própria loja ZAMBOO. Essa loja era bem engraçada, pasmem, ela vendia rodas por unidade, entre outras curiosidades. Voltando ao meu Lindão, eu o venerava tanto que era uma admiração meio que platônica, só olhar já me satisfazia. Neste momento, em função da conjuntura social e econômica, possui um Esqueite era símbolo de status. Passei um bom tempo com esse pantim de admiração e sem botar Ele para funcionar. Depois comecei a cair pra  cima Dele dentro de minha própria casa; Mainha ficava invocada pois as rodas de plástico riscava o chão de cimento pintado. As voltinhas com o Esqueite se limitavam a minha residência. Logo após passei, em conluio com alguns amiguinhos, a andar de Esqueite pelo bairro de Água Fria. Contudo, em um determinado dia conheci um “Doido” que já andava há tempo e freqüentava a Rua do Sol, também conhecida como “Os Correios”, Berço Esplêndido do Squeite Pernambucano.
            Ao chegar ao distinto recinto (leia-se Rua do Sol) meu mundinho platônico caiu  Capibaribe abaixo. Simplesmente, meu limitado conceito do que seria o Esqueite foi, de forma sumária, pulverizado. Um leque de informações foi aberto diante de meus olhos. Manobras, visual de cenário e de indumentária, marcas, músicas (punk rock), letras, foto e revista me bombardearam a alma. Momento crucial de minha vida se construía sem ao menos me dá conta. Livrei-me de algumas amarras que poderiam me conduzir a alhures e me agarrei a outras aos quais não tenho pretensões de largar. Pessoas, a dívida desse projeto de colunista é imensa para com o Esqueite, vocês não têm idéia. E o triste disso tudo é que descobrir também que meu formidável Squeite FLASH não passava de um mero brinquedo. Salve os Correios.


7 comentários:

  1. Veríssimo do esqueite pernambucano. Cada crônica mais formidável que a outra.

    ResponderExcluir
  2. belas lembranças do pequeno/grande Lau!
    Foi bom ler isso, sentir a inocência sincera.
    Abraçøs e avante!

    ResponderExcluir
  3. Grande reverendo Lau, estilo único de falar sobre skate, sempre juntando retórica e bom humor em suas crônicas... Obrigado Alberlando pela contribuição literária e histórica para o blog, o Picos e Pistas agradece.

    Ass: Henrique HC

    ResponderExcluir
  4. Salve o Skate e toda sua positividade !!! Abraços !!!

    ResponderExcluir
  5. Grande mestre das ruas, lau... você é um grande skater de verdade, desses que o skate pulsa nas veias mesmo, fortes abraços.

    ResponderExcluir
  6. Nossa...que crônica Vey... parecia que era eu que estava vivendo todo o momento! Máximo Respeito Lau.

    ResponderExcluir