-Meu
Filho Lindo, o que você quer de presente?
-Um Esqueite, Mainha!
Exatamente assim aconteceu meu primeiro passo para
ingressar no mundo do “Carrinho a-Viciante”.
Minha Mãe cedeu, generosamente, o dinheiro, isso quando
eu tinha entre 12 a 13 anos de idade, e bote tempo nisso, fui sozinho (na
moral) até o bairro da Encruzilhada-Recife, onde se localizada a antiga e
extinta loja ZAMBOO, para comprar o Esqueite. Confesso, Gente, que fiquei
receoso por trazer um Esqueite tão bonito, grande e “completo de tudo” da loja
até em casa. O momento mais periclitante foi a saída da ZAMBOO até a parada de
ônibus. Meninos, quando entrei no coletivo, sem olhar para o cobrador pra não
ser barrado, mergulhei por baixo da catraca com Esqueite e tudo, ai sim o
alívio e um sentimento de segurança me tomaram conta.
Meninas, meu “Carrinho” era tão lindo que eu nem queria
pôr O “Bicho” no chão para não gastá-lo. FLASH era a marca dele e sua concepção
acontecia na própria loja ZAMBOO. Essa loja era bem engraçada, pasmem, ela
vendia rodas por unidade, entre outras curiosidades. Voltando ao meu Lindão, eu
o venerava tanto que era uma admiração meio que platônica, só olhar já me
satisfazia. Neste momento, em função da conjuntura social e econômica, possui
um Esqueite era símbolo de status. Passei um bom tempo com esse pantim de
admiração e sem botar Ele para funcionar. Depois comecei a cair pra cima Dele dentro de minha própria casa; Mainha
ficava invocada pois as rodas de plástico riscava o chão de cimento pintado. As
voltinhas com o Esqueite se limitavam a minha residência. Logo após passei, em
conluio com alguns amiguinhos, a andar de Esqueite pelo bairro de Água Fria. Contudo,
em um determinado dia conheci um “Doido” que já andava há tempo e freqüentava a
Rua do Sol, também conhecida como “Os Correios”, Berço Esplêndido do Squeite Pernambucano.
Ao chegar ao distinto recinto (leia-se Rua do Sol) meu
mundinho platônico caiu Capibaribe
abaixo. Simplesmente, meu limitado conceito do que seria o Esqueite foi, de
forma sumária, pulverizado. Um leque de informações foi aberto diante de meus
olhos. Manobras, visual de cenário e de indumentária, marcas, músicas (punk
rock), letras, foto e revista me bombardearam a alma. Momento crucial de minha
vida se construía sem ao menos me dá conta. Livrei-me de algumas amarras que
poderiam me conduzir a alhures e me agarrei a outras aos quais não tenho
pretensões de largar. Pessoas, a dívida desse projeto de colunista é imensa
para com o Esqueite, vocês não têm idéia. E o triste disso tudo é que descobrir
também que meu formidável Squeite FLASH não passava de um mero brinquedo. Salve
os Correios.
Veríssimo do esqueite pernambucano. Cada crônica mais formidável que a outra.
ResponderExcluirbelas lembranças do pequeno/grande Lau!
ResponderExcluirFoi bom ler isso, sentir a inocência sincera.
Abraçøs e avante!
Grande reverendo Lau, estilo único de falar sobre skate, sempre juntando retórica e bom humor em suas crônicas... Obrigado Alberlando pela contribuição literária e histórica para o blog, o Picos e Pistas agradece.
ResponderExcluirAss: Henrique HC
Salve o Skate e toda sua positividade !!! Abraços !!!
ResponderExcluirGrande mestre das ruas, lau... você é um grande skater de verdade, desses que o skate pulsa nas veias mesmo, fortes abraços.
ResponderExcluirNossa...que crônica Vey... parecia que era eu que estava vivendo todo o momento! Máximo Respeito Lau.
ResponderExcluirAss:Gemymerson Silva
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