André Fly voa há muito, com seu “carrinho”, pelo nosso
skate. Remanescente dos tempos áureos do skate na cidade Patrimônio Cultural da
Humanidade (Olinda), e notório skatista dos “Correios”, Fly se mantém em cima
do skate a executar admiráveis manobras. Há mais de duas décadas que tornou sua
vida skatável, André é patrimônio do skate pernambucano. O seu skate junta,
celebra e fortalece seus pares, lúdico e comprometido sempre. Tanto nos Picos
quantos nas Pistas ou no PicosePistas, André é Fly.
É verdade que você
ensinou “BUFA” (Rafael) a dá ollie? Faz quanto anos nessa vida, sem ser
“Severina”, André?
A gente aprendeu juntos.
Léo Punk, irmão de “Bufa”, já destruia na época. Colava uma turma, Neto,
“Trita”, e iamos aos “Correios” Na verdade, eu comecei em 87 quando ganhei o
meu primeiro skate, Bandeirante.
Foi você quem
diagnosticou a paralisia infantil que o garoto OG foi acometido? Como o skate entrou em seu
mundo?
Rá, rá, rá…Na verdade
foi o médico, Véi. Mas a gente conheceu OG na vizinha ainda. Ele viu a gente
andando de skate e gostou, foi melhor que uma cadeira de rodas. O skate chegou
até mim através de meu vizinho; o pai dele era dono da MaxFribra, em Olinda.
Ele ganhou um skate do pai, que também vendia peças. Quando eu vir, pirei e
andei mais que o dono.
Você era local no Pico
Bompreço do Janga? São várias história hein!?
O Bompreço era o pico da
galera. Mas tinha domingo a turma se reunia pra ir pros “Correios” se encontrar
com Marcelo Agra, “Gabiru”, a turma peso pesado mesmo. O skate naquela época
era a rua.
Quais foram as “peças”
que lhe influenciaram no “Carrinho Viciante”?
Velho, foi o Marcelo
Agra. “Quando era pequeno assistia a um programa, parece que era o Realce”
quando dava o comercial passava uma propaganda da loja Cauai com Marcelo dando um
ollie de cima de uma parada de ônibus.
Qual a contribuição dos “Correios”
ao seu skate?
Olinda tinha muita pedra
portuguesa, então a gente tinha uma oportunidade de andar no Bompreço do Janga.
Lá em Rio Doce era embaixo do prédio, fazia barulho. Mas tinha que ir pro
Recife. Amocegando ônibus, ia na traseira, pendurado na porta, pois os
“Correiros” era o ponto certo de encontrar todo mundo.
Você conhece como poucos
a cena skater de Olinda e Paulista (leia-se ai Bairro Novo, Bompreço do Janga,
Maranguape, Jardim Paulista e Atlântico,
Skate Park do Oyama, etc, etc). Qual o legado dessa cena para o skate
pernambucano?
Construimos uma miniramp
em Paratibe e ficou mal feita. Se juntou uma turma de Paulista com a turma do
Janga e deu uma reformada. Chegou um vereador agilizou uma verba então fizemos
aquela mini lá. Mas o legado maior são as estórias.
Qual o melhor momento de
André Fly no skate?
Foi quando João Neto
montou aquela pista Finalmente Skate Park, lá no Pina. Cheguei a correr uns
dois Campeonatos. Um fiquei em primeiro e o outro em segundo. Na verdade corri
um iniciante no primeiro galpão da pista. YouCanDance me deu uma força lá pra
andar nas transições. Agente andava mais de street.
Fly, essa tábua com
quatro rodinhas pregadas modificou sua vida ou apenas ilustrou um instante seu?
Se
não fosse o skate eu não era o FLY, era só André. A gente vive skate, come
skate. Meus amigos são skatistas. Skate está em todas as conversas, em mesa de
bar.
A exemplo seu, vários
caras bons andaram ao seu lado, porém, quem é o “Doido” do nosso skate que
André tira o chapéu?
Léo Punk. Léo Punk
tirava as manobras que ninguém… tail slide, madona air. Léo Punk era o cara, o
insentivo.
Qual a diferença de
quando Fly começou a andar para o cenário atual do skate pernambucano?
Hoje o skate tá numa
posição merecida. Mas antigamente o skate era visto como coisa de bandido,
maginal, cheira cola. Tanto é que minha mãe proibia, meu skate tinha que ficar
nas casas dos amigos. Hoje se comenta que o skate é esporte, mas pra mim é
estilo de vida. Eu surfava também, porém o vício do skate era maior.
Você vem militando no
skate em seu Bairro Novo. É rifa, é convocação, é obstáculos distintos e é
festa. Por que trabalhar pelo skate?
Nessa parada aí quem me
ensinou muito foi Henrique “Doido”. Na verdade eu já tinha habilidade com
madeira. Lá na rua da Aurora ele tinha uns obstáculos que a gente ajudava a
construir. Henrique Brayner foi o cara que influenciou. Hoje em dia eu tento
resgatar isso pra galera. Sonho com os ostáculos e faço com satisfação pra
galera andar.
Fly é motociclista
atuante. O que lhe faz voar mais alto a moto ou o carrinho?
A idade chegou e a gente
precisa fazer um porto seguro né, Cara. O motociclismo tá me levando a conhecer
vários lugares que não conheci com o skate. Já vou completar 38 anos e a moto
me dá uma sensação de liberdade. Hoje estou mais focado no motociclismo. A
minha esposa, Senhora Claudia Kaline, participa mais.
Como foi aquela onda da
Peixera gigante no Geraldão (Campeonato Profissional de Skate)?
Eu já conhecia maior
galera com quem trocava e-mail e eles ficavam me provocando, dizendo que iria
tirar onda em minha cidade e que eramos todos matutos. Meu Amigo OG de Souza em
uma “tour” na Europa foi chamado de baiano, pegou ar e disse que era pernambucano
e que riscava com uma faca. Fiz uma faca grande de papelão escrito Skate
Nordestino pra mostrar que a gente é cabra macho. Isso foi divulgado na ESPN e
uma foto na revista 100%.
Qual é o vôo que André
deseja para quem está começando agora no skate? Obrigado pela atenção
dispensada, André Fly.
Tem que ter amigos.
Skate não é só botar um sapato no pé e andar não. Andar com quem sabe. Ser
humilde. Aprender a dá um ollie para depois dá um flip. Iniciar é fácil.
Difícil mesmo é continuar.
André Fly o terror das transições
A famosa foto no Campeonato Profissional Brasileiro do Geraldão em 2007... Skate Pernambucano é Risca Faca
André Fly voando desde sempre
A galera que andava em Olinda nos anos 90
Fly sempre chamou atenção em campeonatos, esse voo foi em Maranguape I
Andando em casa não tinha pra ninguém, campeonato na Praça da Maconha em Olinda
Rolé na Pista de Cuscuz no Clube Português no final dos anos 90
Frontside Flip da rampa maior para menos... Antigo Galpão do Mercado Comprebem em Olinda
Fly Ckooked no Antigo Galpão do Mercado Comprebem de Olinda
Big Ollie no Finalmente Skatepark do Pina
Nos dois campeonatos que participou no Finalmente skatepark, foi para o pódio, um em primeiro e outro em segundo
Fly num Ollie double ao lado do amigo YouCanDance na Mini-ramp de Paratibe
Rolé em duplicidade... Fly em dobro na Mini-ramp de Paratibe
Fly foi um dos que mais ajudaram no Circuito Overall... Pense num Churrasco
A qualidade da foto pode ser ruim, mas é um dos poucos registros do Galpão de Henrique Doido.
Ao lado dos Master... Skate e amigos de longa data
Voando na Caxangá
Onde tem transição, tem Frontside indy de Fly
O Motociclista aproveitando a folga pra andar nas 4 rodas
Aventureiro da Terra e do Ar
André Fly e seus amores.
Fly e Kaline... Amor sobre rodas
Fly aproveitando as transições de Jardim Paulista
Mesmo depois de anos de skate, Fly não deixou de frequentar os pódios dos Campeonatos
Ao lado do Amigo/Skatista/Caranguejo Og De Souza
Criador e criatura...Fly e seus obstáculos
Fly rifando uma ideia pra revitalizar a quadra do Oyama Skatepark
Fly e um Crooked durante a ultima etapa do Circuito Overall na Caxangá em 2011
André Fly voando na final do Overall
Com 38 anos e voando durante tanto tempo... O corpo reclama algumas vezes
Tanto Olinda, quanto outras cidades de Pernambuco devem muito a Fly, por serviços prestados ao skate... André Fly é realmente patrimônio histórico do skate em nosso Estado.
ResponderExcluirSkate Master Old School represents
Muito boa material, não me bateu uma nostalgia, mas sim uma alegria de relembrar os momentos que passei na rua da aurora, no skatepark do comprebem, nos rolés da praça da maconha... muito mass,a fly patrimonio do skate pernambucano.
ResponderExcluiralguns skatistas por ai, dizem que merecem respeito por terem muito tempo de skate... esse daí merece respeito por ter muito tempo DEDICADO ao skate!!!
Evandro Arruda.
Tomada as devidas proporções, André contou a minha estória também. Militante do esqueite essência Fly é referência das boas. E ao lembrar dos tempos idos, as dificuldades eram enormes, contudo não superava o prazer de se andar de esqueite. Parabéns sim, André Fly.
ResponderExcluirLAU
Minha limitação de tempo e sessões ao lado de Fly, impede extensas palavras. Mas os poucos momentos que vi Fly, no estilo de vida Skate'r em suas sessões foi e serão inspiradores.
ResponderExcluirSem contas que os obstáculos feito por ele, são verdadeira obras de Arte, com direito a exposição na galeria da Vida de quaisquer skate de verdade em Pernambuco.
Quem ainda não prestigiu suas obras, sem sombra de dúvidas ainda precisa começar a viver Skate.
Ver esse trabalho de resgate da história do skate através da história dos próprios skatistas me motiva a continuar andando de skate, não digo andar para tirar uma manobra da moda ou ganhar nenhum campeonato, mais sim, para viver skate na sua essência (Diversão). Acredito que em tempos mais longínquos, o skate era mais difícil porque você não podia simplesmente comprar um skate e de uma hora pra outra se torna skatista, era o skate quem te escolhia, pois skate tinha haver com rebeldia, contestação, divertir e chocar ao mesmo tempo. Fly e a turma do Correios eram bem assim, uns caras que assustavam não porque queriam, mas sim porque tinham atitude diferente do que a gente era acostumado a ver na época.
ResponderExcluirParabéns ao Picos e Pistas pelo espaço, parabéns a Lau pela entrevista e principalmente, parabéns a André Fly, que contando sua longa história, nos vez entender um pouco a passagem de tempo que existe entre pisar no skate e ser skatista... como ele mesmo disse "Iniciar é fácil, difícil é continuar"
Andre vc e skate or die man um abraço e felicidades
ResponderExcluirMe sinto feliz por ter amigos que me entendem (skatistas), se não fossem eles eu nem esta vivo, o skate me mostrou que podemos sim superar nossas barreiras, como meu amigo Og de Souza que é exemplo vivo disso tudo.
ResponderExcluirEspero que a galera continue andando por diversão, que é o melhor prêmio para o skatista.
Agradeço ao Picos e Pistas pela oportunidade e o mano Lau pela entrevista.
Esta revista eletrônica faz com que todos possam compartilhar e conhecer a nossa história skateboard.
mais uma ótima matéria com uma cara que merece respeito, nao só por ser meu parceiro de viagens e ter me apresentando a minha mais nova família do motociclismo, mas por fazer acontecer no skate de olinda onde muito deveriam seguir seu exemplo em picos por esse brasil o faça acontecer e atitude isso que falta no skate. parabéns man muito massa
ResponderExcluirass. riscadinho
Senhor Fly!Chamo de senhor não por causa da idade e sim por ser Senhor do seu SKATE E de suas manobras... Parabéns meu amigo e com certeza você representa o nosso SKATE!
ResponderExcluirPor Anderson Trow
Esse dai parecer que n envelhecer ñ ele tem um fôlego da porra
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